27 dezembro 2010

Mudanças

   O autor do livro "Guia do Mochileiro das Galáxias", Douglas Adams, fez o comentário abaixo sobre as mudanças que cada vez ocorrem mais depressa em  nossas vidas, cuja tradução livre é mais ou menos assim:
“Tudo o que já existia no mundo antes de nascermos é absolutamente normal; tudo o que surge enquanto somos jovens é uma oportunidade e, com sorte, pode até ser uma carreira a seguir; mas o que aparece depois dos 30 é anormal, o fim do mundo como conhecemos... até que tenha estado aí por uma década, quando começa a parecer normal”.
Fomos criados para desconfiar do novo e  ter cuidado com as mudanças, e sem dúvida uma das maiores mudanças e que talvez a mais levante suspeitas e nos assuste seja a familiaridade com que nossos crianças navegam na web. Hoje nos assustamos quando vemos nossas crianças usando a internet com um desembaraço assombroso, pois quando tivemos nosso primeiro contato com a internet, lá pelo fim da década de noventa, a tratamos com cerimônia era só para se fazer “coisas sérias”, trabalhar, fazer transações bancárias,etc.  Mas a internet é muito mais que isso, a internet é o mundo, é a maior biblioteca de todos os tempos, onde a troca de informações chega a um patamar nunca imaginado pelo homem. Hoje é impossível pensar no mundo sem internet, ela nos informa, nos distrai, leva o mundo para dentro de nossas casas. Uns a acusavam de impessoal, e de estar criando uma geração que não convivem com seus semelhantes, mas como manter esta posição com milhões de pessoas conectadas em uma rede social que se espalha pelo mundo, propiciando o relacionamento das pessoas em diferentes culturas, etnias e interesses? As pessoas, inclusive nossas crianças, usam a rede como uma extensão de sua convivência social seja na escola, no trabalho, na família, e por ai vai.
Nosso futuro e de nossas crianças é estar online, e aquele que ignorar esta nova realidade estará fadado a “não existência.” Este novo futuro terá com protagonistas nossas crianças, nas múltiplas formas com constroem e consolidam seus mundos e suas relações, ninguém mais será uma ilha. E o único caminho que podemos trilhar como pais e educadores é mergulharmos nesta nova realidade para que possamos ser agentes ativos e bem intencionados na construção destes novos tempos, ensinando nossos crianças regras básicas para se proteger no cyber espaço  interagindo assim com nossas crianças neste mundo virtual, que afinal se torna cada dia mais presente.

08 dezembro 2010

Os contos de fadas no século XXI

Irmãos Grimm
Quando crianças muitos de nós nos divertimos com os contos de fadas, estas histórias fazem parte de nossas lembranças afetivas, mas qual será o motivo da longevidade destes tipos de histórias, que sobrevivem e encantam os pequenos até hoje em diferentes tipos de mídias? Os contos de fadas narram aventuras, que mostram o enfretamento do bem contra o mal, onde o herói tem sempre uma missão a cumprir e estão carregados de simbologias, que representam também nossos medos e escolhas, e por terem sempre como cenários um tempo e local imemorial e maravilhoso, servem às vezes de escape a nossa dura realidade.
Os contos de fadas têm origens nas tradições e mitos Celtas e foram transmitidos oralmente gerações após gerações até o século XVII, quando começaram a serem transcritos pelos irmãos Grimm, entre outros, e adaptados as novas realidades sociais, se espalhando pelo mundo principalmente no ocidente, chegando aos nossos dias com plena significância e vigor.
Em meados do século XX, vários autores começaram a fazer uma releitura destes contos, criando contos de fadas modernos, que continuam mantendo em sua essência estes enfrentamentos (o bem contra o mal) e seus símbolos e preenchendo a necessidade do ser humano, principalmente das crianças, de compreender e lidar com suas angustias e buscas.
Mas mesmo mantendo como base os valores morais dos antigos contos de fadas, os contos de fadas modernos se dão a liberdade de trabalhar com arquétipos mais contemporâneos, ainda que mantenham as características de mocinhos e vilões.
Outra característica dos contos de fadas, é que se no passado, estes contos nos levavam a reflexões sobre o bem comum, os contos de fadas modernos nos levam a refletir também sobre a importância da individualidade. Outra característica é que geralmente as crianças têm o primeiro contato com a literatura mais elaborada através destes contos.
Os contos de fadas fazem parte de nossa herança coletiva, e nos mostram valores compartilhados por todos os seres humanos, assim podemos afirmar que os contos de fadas irão se perpetuar no imaginário popular, se adaptando a convenções sociais e diferentes mídias de cada tempo, mas sempre mantendo seu encantamento que perdura ao longo dos séculos.

Fonte: Literatura na Formação do Leitor - Volume2 -CAPELLO, Cláudia.  Rio de Janeiro - Fundação CECIERJ, 2010

25 novembro 2010

Os Livros e seus destinos

Na semana passada, chegou as minhas mãos um exemplar do livro
“Quadribol através dos Séculos” de J.K. Rowling, autora da saga Harry Porter. O livro, que trata do esporte fictício praticados pelos Bruxos, teve sua renda revertida para a organização humanitária Comic Relief que trabalha contra a fome e a miséria, principalmente na África. No prefácio do livro uma frase me chamou a atenção, o grifo é meu:
“... Madame Prince, nossa bibliotecária, me informa que o livro é manuseado, babado e de um modo geral maltratado diariamente, o que é um enorme elogio para qualquer livro.”
Que grande verdade, um livro na estante enfeitando a sala ou uma biblioteca, sem uma orelha, sem um vinco, sem uma marca de dedo não é um livro, é um objeto de decoração e às vezes decoração de nossa própria vaidade. Os livros desejam e precisam ser manuseados, marcados, grifados, passados de mãos em mãos, conterem anotações, abandonados e retomados, passados a frente,irem parar em um sebo, lidos, relidos, amados, odiados, doados, trocados, emprestados (geralmente para nunca mais voltarem), e se tudo isto decretar a “morte” de um livro, ele pode “descansar” em paz, pois terá cumprido o seu papel de nos emocionar em cada página lida, e com certeza seus “irmãos” que reluzem nas prateleiras como troféus sem nunca serem tocados, o invejarão.
Citação: ROWLING, J.K . Quadribol através dos séculos, Rocco, 2001
Para conhecer a organização COMIC RELIEF acesse o site abaixo (em Inglês)

19 novembro 2010

Zumbi dos Palmares

Neste Sábado 20 de Novembro, o movimento negro reverência aquele que talvez seja o seu maior herói: Zumbi dos Palmares. Neste dia em 1695 morreu Zumbi, o ultimo líder do Quilombo de Palmares em Alagoas. Símbolo da resistência negra contra a escravidão, criado por padres, aos 15 anos foge para Palmares onde vira líder militar do Quilombo que era governado por seu tio Ganga Zumba. Após o assassinato do tio, Zumbi assume o governo do Quilombo e lidera a luta contra os portugueses, que dura 14 anos, até ser morto por traição em uma emboscada. O movimento negro adotou a dia 20 de Novembro como dia da consciência negra, que é comemorado no País inteiro.   Abaixo a parte VI do poema de Castro Alves, Navio Negreiro.
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 
Click aqui e veja o Poema Navio Negreiro na integra

13 novembro 2010

EJA e a inclusão social.

Estudos mostram que no Brasil alunos pobres e alunos negros (situação que na grande maioria das vezes caminham, infelizmente, juntas) são levados a abandonar a escola prematuramente, e não por acaso a taxa de analfabetismo é dez vezes maior entre as famílias de baixa renda (até um salário mínimo) se comparada à famílias com renda acima de dez salários mínimos. E uma das conseqüências disto é que a taxa de analfabetismo entre negros e pardos é duas vezes maior que a encontrada entre brancos. Vários são os fatores que contribuem para o quadro citado acima, e o principal efeito desta situação e a imobilidade social causada pelo analfabetismo e baixa escolaridade das classes menos favorecidas e se houveram avanços nestes últimos anos, estes avanços não estão ocorrendo na velocidade desejada.
Existe uma urgência de iniciativas por parte do poder público e da sociedade, no sentido de promover a alfabetização de cerca de 17 milhões de brasileiros e a continuidade da escolarização de cerca de 30 milhões de homens e mulheres, jovens e adultos, que se encontram na categoria de analfabetos funcionais. Pois o analfabetismo e a baixa escolaridade deste segmento da população são os principais empecilhos para os mesmos possam alcançar melhores salários no mercado de trabalho e ascender socialmente, quebrando o círculo vicioso da pobreza.Quanto a esta realidade, estudos realizados pelos economistas Fernando Velloso e Sergio Ferreira, publicados pelo Jornal do Brasil em 2004, mas que infelizmente continuam atuais, mostram que são muito pequenas as chances das classes populares romperem este paradigma:
(...) Quanto menor o salário de um trabalhador, maior a chance de adulto, seu filho limitar-se a um contracheque do mesmo tamanho. Herdeiro de quem ganha até R$ 246 por mês tem 35% de possibilidade de continuar na mesma faixa de renda e apenas 7% de conseguir ganhar mais de R$ 1.383 (p. 17).
Uma das principais soluções para alfabetizar e proporcionar a continuidade da escolaridade das camadas populares e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA é destinada ás pessoas que por um motivo ou outro não seguiram o ensino regular na idade apropriada, esta modalidade educacional pode ser oferecida no espaço formal (escola), no ambiente de trabalho e nos movimentos sociais (sindicatos, associações de moradores, Igrejas, assentamentos rurais, etc).Conforme o parecer 11/2000 do Conselho Nacional de Educação, emitido pelo professor Jamil Cury, a EJA tem a função reparadora:
“Desse modo, a função reparadora da EJA, no limite, significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade mas também o reconhecimento daquela dignidade *ontológico de todo e qualquer ser humano” (BRASIL, MEC, 2000, p. 6).
A implantação do EJA, com qualidade tanto no ensino fundamental como médio, pode e deve ser visto como uma possibilidade de reparação de uma injustiça para com as classes menos favorecidas. Além do mais, e talvez o mais importante, leitura, escrita e educação formal são elementos indispensáveis para a plena cidadania, fazendo parte dos direitos de todo cidadãos.
*ONTOLÓGICO Vem de ontologia, parte da Metafísica que estuda o ser em geral e suas propriedades transcendentais.

09 novembro 2010

A Menina que odiava livros – Manjusha Pawagi

Uma boa dica de leitura para a criançada é o livro “A Menina que odiava livros”, escrito por Manjusha Pawagi que nasceu na Índia, mas foi criada no Canadá. O livro já foi publicado em diversos países e foi transformado em um desenho animado. O livro conta a história de uma garota, Meena, que não suportava livros, mas que não conseguia ficar longe dos mesmos já que na sua casa eles estavam em todas as partes: nas gavetas, nos armários, nas mesas, nas cadeiras, nos guarda-roupas, enfim em todos os lugares da casa, inclusive no banheiro! Os pais da menina adoravam livros e ela odiava todos eles. Um dia Max, o gato de estimação da garota derruba uma pilha de livros infantis e das páginas abertas começam a emergir os personagens destas obras que causam uma grande confusão, levando a garota a viajar no incrível mundo da literatura.
O livro é a primeira obra da escritora, que é formada em direito e atua em uma ONG de proteção a crianças em Toronto, no Canadá. Em vários países este livro é recomendado para incentivar leitura nos primeiros anos do ensino fundamental.
O livro “A Menina que odiava livros” já foi traduzido para 11 idiomas, inclusive o português, e com certeza é um livro que agrada as crianças e também aos adultos.


15 outubro 2010

Museu Ciência e Vida – Duque de Caxias

Inaugurado há poucos meses, o primeiro museu interativo do estado do Rio de Janeiro já contabiliza mais de seis mil visitantes! O Museu Ciência e Vida, localizado na cidade de Duque de Caxias, é o orgulho dos moradores da região e pretende atuar na contramão de tudo que já foi feito em relação à educação e cultura no estado, pois a idéia é que as pessoas da Capital tenham que se deslocar até a periferia para adquirir cultura, e não ao contrário, como sempre ocorreu.O museu fica no antigo prédio do Fórum de Duque de Caxias, e ainda se encontra em reforma, a pretensão é que em pouco mais de um ano os seus quatro andares estejam em atividades, com exposições de diferentes áreas das ciências.
Mas por enquanto somente o primeiro andar e o planetário já estão em funcionamento, o museu foi inaugurado com a exposição “Vias do Coração” e também com o planetário (que figura entre os três mais modernos do Brasil) que leva o nome do primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes, que esteve na inauguração, e que ressaltou em entrevista ao Jornal EXTRA: - Achei a iniciativa sensacional. O museu é todo colorido, um ambiente muito apropriado para crianças e jovens. E o planetário é um lugar mágico, onde o visitante se sente viajando. Ótimo para despertar o interesse pelo conhecimento. Me sinto muito feliz - disse o astronauta.
Uma segunda exposição esta em cartaz desde outubro,com o nome “A Revolta da Vacina - Da varíola às campanhas de imunização”, que contam as histórias dos movimentos populares no Rio de Janeiro, contra a campanha de vacinação obrigatória imposta pelo Governo Federal.O museu é uma iniciativa do governo do estado do Rio de janeiro, através da Secretaria Estadual de Ciência e tecnologia e Educação Superior à Distância (Fundação CECIERJ) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) com apoio de algumas empresas.A iniciativa do estado de viabilizar um museu fora dos grandes centros, ainda mais na área de ciências, é de grande valor educacional, pois os museus são importantes ferramentas pedagógicas que propiciam aos professores e alunos poderem ter contato concreto com aquilo que só viram em livros, além de serem espaços riquíssimos para um trabalho interdisciplinar.
Abaixo o site do
Museu Ciência e Vida
http://www.museucienciaevida.com.br/

12 outubro 2010

06 outubro 2010

O consumo de carne e o meio ambiente

Atualmente vivemos um grande paradoxo na produção de alimentos, 70% das terras usadas na agricultura no mundo estão sendo usadas para o plantio de cereais, e mesmo assim ainda existem milhões de pessoas famintas no planeta. Isto pode parecer estranho, mas existem várias explicações e uma delas é que nem todos estes cereais estão sendo cultivados para o consumo humano, bem, pelo menos não diretamente. Já que um terço destes grãos está sendo usado para a alimentação de animais que serão consumidos pelos humanos, no passado o consumo de carne estava ligado à criação caseira, mas depois da segunda guerra mundial este cenário mudou, foram introduzidos a criação mecanizada e em massa destes animais assim o consumo de carne explodiu no mundo, em menos de um século este consumo foi multiplicado por três!  e para abastecer este mercado os grandes produtores precisam de muita terra e muita água, além de usarem sementes transgênicas e outros aditivos químicos com intuito de aumentar a produção destes grãos. Na área e tempo necessário para se produzir 1 kg de carne, produziríamos 200 kg de tomates, 160 kg de batatas, 120 kg de cenouras e 80 kg de maças. Por isso podemos afirmar que a carne é um alimento pouco solidário, já que enquanto poderíamos estar alimentando sete seres humanos com o uso de determinada pedaço de terra  estamos alimentado somente um! Só para se ter idéia, para se produzir um quilo de carne são necessários de 7 a 16 kg de soja. Além disto, o consumo exagerado de carne, principalmente a “vermelha”  podem causar danos a saúde do homem, pois favorecem ao aumento do colesterol, favorece a obesidade e aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
Outro perigo apresentado é a influência negativa deste grande consumo sobre o meio ambiente, pois todos os anos milhares de hectares de florestas são derrubados para a produção de grãos ou para a criação intensiva de gado, principalmente nos países ditos de terceiro mundo,  incluindo o Brasil. Existe também o risco de contaminação do solo e dos aqüíferos pelo excesso de pesticidas e herbicidas usados nestas plantações.
Hoje em dia temos a consciência que a água não é um recurso infinito, e que se não cuidarmos dos mananciais e do consumo, em breve poderemos ter a escassez deste recurso. Neste quesito consumo de água, a carne é uma grande vilã, pois se para produzirmos 1 kg de batatas gastamos 900 litros de água, para produzirmos 1 kg de carne consumimos 15.000 litros de água! Para completar, a produção de 1 kg de carne contribui para o efeito estufa tanto quanto fazermos uma viagem de carro de 220 km.Os países campeões no consumo per capita de carne são: Dinamarca com 145 Kg/ano, Nova Zelândia com 142,1 Kg/ano e Estados unidos com 124,8 Kg/ano e os entre os que menos consomem estão os africanos: Serra leoa com 6,1 kg/ano, Moçambique 5,6 kg/ano e Burundi com 3,5 Kg/ano,  o Brasil ocupa uma posição intermediária com 36,6 kg/ano por pessoa.
Logicamente não estamos pregando a abstinência, mas pregamos o consumo consciente e moderado de carne e seus derivados para que no futuro, se quisermos a sobrevivência da humanidade, não tenhamos que ser forçados a virar vegetarianos.

De certa feita o eminente agrônomo René Dumont, teria dito:
       "A sociedade ocidental, com seu excesso de consumo de carne e da sua falta de generosidade para com os pobres, se comporta como um canibal, um canibal indireto: come a carne, e desperdiçar os recursos de cereais, que poderiam ter salvado todas as pessoas que sofrem de fome". 
René Dumont foi escritor e Eng.º Agrônomo e teve papel fundamental na crítica as políticas de desenvolvimento e meio ambiente no pós-guerra. Era conhecido como o "agrônomo da fome", líder da luta contra a exploração predatória dos recursos naturais e um dos pioneiros da ecologia.


Fonte:  http://humanityy.com/ uma organização preocupada com ecologia, bem estar animal e solidariedade humana, conteúdo em Inglês e Espanhol

05 outubro 2010

Repetência não melhora desempenho de aluno, diz pesquisa.

       O portal IG no dia 05/10 mostrou a conclusão de uma investigação feita por três pesquisadoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Durante dois anos seguidos as pesquisadoras analisaram o desempenho de 41 mil alunos das primeiras séries do ensino fundamental. Os resultados obtidos não foram nada animadores, pois se o modelo atual preconiza a repetência como meio de “ajudar” os alunos, na prática não é isto que ocorre, pois conforme verificado na pesquisa os alunos que foram “reprovados” no outro ano continuaram sem aprender o conteúdo esperado para aquela série, ou seja, estudar as mesmas séries duas vezes seguidas não fez com que as crianças tivessem evoluído na aprendizagem. As autoras da pesquisa, Vania Candida da Silva, Juliana de Lucena Ruas Riani e Tufi Machado Soares, afirmam que repetência sem projetos específicos de auxílios as crianças retidas, não só não resolvem o problema com também traumatizam e desmotivam os alunos. As pesquisadoras usaram os dados obtidos em 2008 e 2009 pelo programa de Avaliação do Ciclo Inicial de Alfabetização (Proalfa), programa do Governo Mineiro que tem como objetivo avaliar o desempenho dos alunos das séries iniciais das escolas públicas Mineiras. Apesar da secretaria de Educação de Minas Gerais recomendar a não retenção do aluno nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, mesmo assim esta prática ainda persiste em grande parte das escolas públicas Mineiras. Outro dado inquietante observado pelas pesquisadoras é que não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre o rendimento acadêmico dos alunos de escolas públicas que adotaram ou não a progressão automática. Por outro lado, a pesquisa mostrou que alunos defasados (em relação à série) possuem competências inferiores aos alunos com idade adequadas a série. Pelos resultados da pesquisa podemos concluir que o regime de progressão automática, tão criticado por parte da sociedade, pode contribuir para corrigir a distorção idade-série tão comum em nossas escolas sem perda de qualidade na educação. Nos links abaixo você tem acesso a matéria do portal IG e ao resultado da pesquisa.

20 setembro 2010

Os jovens e suas Gadgets

Com a profusão de produtos eletrônicos MADE IN CHINA, os sonhos de consumo de nossos jovens se ampliaram, hoje eles não querem somente as roupas e calçados de marcas, querem também várias Gadgets, termo em inglês que significa: geringonça, dispositivo. Neste caso o termo gadgets é comumente aplicado aos dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, celulares, smartphones, leitores de mp3, entre outros. Em outras palavras, é uma "geringonça" eletrônica.Estas gadgets viraram febre entre os jovens, e servem  também como uma medida de “status” quanto mais modernos forem suas gadgets, mais você esta “por dentro”. Hoje são muito populares entre os jovens os Smartphones, celulares que servem para quase tudo: fotografar, ver vídeo, ver TV, enviar e-mails, etc.. Mas existe um lado neste consumo, que nunca é dito, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgou um estudo que afirma que, o consumo de gadgets eletrônicas ira triplicar até 2030, e existe uma grande preocupação com o consumo de energia demandado por estes gadgets e seus impactos na matriz energética atual, além da preocupação com o descarte destes produtos na natureza já que as maiorias das cidades não possuem ponto de recolhimento deste lixo eletrônico que acaba se misturado com o lixo comum nos aterros sanitários podendo contaminar o solo e o lençol freático com diversos metais pesados que entram em sua fabricação. Várias entidades do movimento ecológico têm pressionado os fabricantes para o uso de materiais recicláveis nestas gadgets e que sejam criadas normas para que se estimulem a criação de aparelhos que usem mais racionalmente a energia. Mas enquanto estas ações não saem do papel é necessária uma campanha a nível mundial, sobre o consumo consciente destas gadgets pois como sabemos o aumento de demanda de energia, leva a criação de novas hidrelétricas, termoelétricas e outras geradoras de energia que tem forte impacto no meio ambiente.
Consumo consciente,pratique esta idéía.

09 setembro 2010

Bambu ecológico

Nesta época de procura de soluções para os problemas ambientais, o uso do bambu na fabricação de papel surge como uma esperança contra a destruição de nossas florestas nativas.
Pesquisas mostram que 70% da madeira retirada ilegalmente de nossas florestas nativas, têm como destino a área da construção civil e sabemos também que a matéria prima do nosso papel do dia a dia vem em sua maioria esmagadora de áreas reflorestadas.
Sendo assim, os especialistas dizem que o cultivo comercial de bambu para a utilização na fabricação de papel faria toda a diferença neste cenário, já que o bambu é umas das plantas com crescimento mais rápido, além de ser mais tolerante a solos com pouca fertilização e por seu crescimento rápido tem um alto potencial de seqüestro de carbono e ajuda na recuperação de solos degradados. Segundo os especialistas o bambu da espécie “Bambusa vulgaris”, muito comum no Brasil, possui mais celuloses que as plantas usadas comumente na produção de papel, e a qualidade do papel é igual ou superior ao feito com madeira, geralmente Pinus e Eucalipto. Como já falado o bambu é uma planta pouco exigente em relação à qualidade do solo, podendo ser uma solução para replantio em áreas já desmatadas e em processo de erosão, já que as raízes do bambu formam uma “rede” que propicia a coesão e compactação do solo. Os especialistas afirmam que a plantação de Bambu em grande escala, tornaria o preço do produto igual ou inferior ao da madeira usada na fabricação do papel, um hectare plantado de Bambu, rende tanto quanto um hectare de Eucalipto e quase o dobro de um hectare de Pinus.
Países como a China e a Índia, já notaram o potencial econômico do bambu no mercado mundial de celulose e atualmente são os dois maiores produtores mundiais de bambu com finalidades comerciais, o Nepal e as Filipinas também possuem projetos de reflorestamento com bambus, e o estado Americano do Havaí, esta introduzindo o cultivo do bambu em substituição ao cultivo da cana-de-açúcar. No Brasil existem algumas experiências do cultivo comercial do Bambu no interior do estado de São Paulo e no Maranhão.
A idéia é que, usando o bambu como matéria prima para a fabricação de papel, as madeiras de reflorestamento poderiam ter sua utilização desviada para a construção civil, tirando assim uma enorme pressão de nossas florestas nativas.
Para conhecer as mil e umas utilidades desta planta da família das Gramíneas, visite o site abaixo:

 

08 setembro 2010

O pequeno príncipe

Por muitos anos no Brasil o livro “O pequeno príncipe” foi considerado uma obra menor pelo fato de ser citado como o livro favorito de 10 entre 10 postulantes a Miss, nada mais preconceituoso que isso, tanto para as misses quanto para o livro. Escrito em 1943 pelo escritor francês, Antonie de Saint-Exupéry o livro tem um tom lírico e filosófico, sendo o livro de um escritor francês mais vendido no mundo, estando entre os títulos mais traduzidos em todo o mundo, 160 idiomas e dialetos para ser mais preciso. Exupéry escreveu um livro cheio de simbolismo onde cada personagem nos leva a refletir sobre a natureza humana, além de ter feito em aquarelas as gravuras do seu livro. Exupéry era filho da aristocracia Francesa e apaixonado por aviação, tendo desaparecido em missão de reconhecimento sobre o Canal da Mancha durante a segunda guerra mundial em 31 Julho de 1944, seu sumiço foi um mistério até 2004 quando os destroços de seu avião foram encontrados a poucos quilômetros da costa de Marselha.
Além do seu livro mais famoso, ele escreveu também para jornais e revistas, e possui uma vasta obra literária .
O aviador – 1926
Correio do Sul – 1929
Voo noturno – 1931
Piloto de guerra – 1942
O pequeno príncipe - 1943
Se você ainda não  leu O pequeno Príncipe, abandone o preconceito e mergulhe nesta maravilhosa história.




“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.”


Antonie de Saint-Exupéry

01 setembro 2010

O Globo online – “Eu nunca tive um amigo negro”

Na coluna Opinião do Jornal O globo online do dia 24/08/2010, o leitor Cláudio César Dutra de Souza escreveu um artigo com o título “Eu nunca tive um amigo negro”, este artigo teve uma grande repercussão entre os leitores e gerou uma grande quantidade de comentários sobre o artigo, uns favoráveis e outros nem tanto.
No artigo o autor narra que durante sua infância/adolescência classe média na bela cidade de Porto Alegre o mesmo não tinha amigos negros, e com esta constatação, ele nos indaga onde andariam os nossos negros, que não estão na política, não estão nas universidades, não estão na classe média... Afinal onde estão os negros? Com grande perspicácia ele levanta a questão da falsa democracia racial brasileira, que aceita o negro sim, mas em seu “devido lugar”, que podemos entender como sendo os subempregos, as favelas, as prisões, as piores escolas publicas, enfim no seu lugar histórico... Muitas pessoas acreditam, ou são levadas a acreditar, no mito da democracia racial brasileira e se recusam a enxergar que nossa sociedade discrimina os negros e não permite a ascensão socioeconômica deste grupo dentro de nossa estrutura social.
Assim como o missivista também devemos questionar esta falsa democracia racial, não por que somos bonzinhos, mas por que somente assim conseguiremos colocar este assunto em discussão, e somente com um amplo debate poderemos desmascarar estes mitos que impedem que sejam adotadas políticas reparadoras e que sejam capazes de dar ferramentas para que os negros possam ascender dentro de nossa sociedade.
O artigo de Cláudio César gerou mais de 500 comentários, alguns explicitamente racistas, sempre se baseando na “democracia racial”, e estão disponíveis no link abaixo. Vale à pena dar uma lida.

http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2010/08/24/eu-nunca-tive-um-amigo-negro-917467096.asp

21 agosto 2010

Gestão Democrática

Algumas redes municipais e estaduais de educação tem adotado um novo modelo de gestão escolar, onde a comunidade escolar elege seus gestores, neste modelo a comunidade elege o “diretor” que assume o papel de gerente da escola, já que o mesmo é responsável e responsabilizado por atingir ou não as metas, geralmente oriundas e impostas por um poder central e estratificado hierarquicamente acima dos gestores eleitos pela escola. Neste cenário a participação da comunidade se limita a “votar”. Mas será que este modelo pode ser chamado de democrático? Ou este processo seria somente para dar um “verniz” democrático, legitimando o “status quo”, criando uma falsa idéia de democracia, já que na verdade o poder de decisão e intervenção no processo continua fora da escola e da comunidade.
Este modo de gerir baseado no “gerencialismo” cria uma nova autoridade legitimada em um processo neoliberal, e ratifica um modelo que vê nesta eleição, o direito de gerir despoticamente e usa este novo modo de gestão, como uma oportunidade de enraizar os seus credos de uma nova ordem social, política e econômica, usando para isto padronizações e criando métodos de avaliações que tornem possível a comparação e o controle dos resultados obtidos. Mas seria este modelo “empresarial” o mais adequado as nossas escolas? Seria correto, a escola ser um braço das empresas, ficando nossas crianças a mercê de modelos suscetíveis a ondas econômicas? E deveria a escola servir aos princípios econômicos? Seria este o desejo da comunidade em relação à escola?
Este novo modelo de “gestão” se apresenta como democrático, mas na verdade ele não permite a plena participação da comunidade escolar, já que o “gerente” tem metas e objetivos a cumprir, objetivos e metas que na maioria das vezes não foram discutidos com a comunidade escolar. Estas metas e objetivos em sua grande maioria são guiados e se baseiam por aumento de “produtividade”, massificação do indivíduo e se afasta da coletividade, impedindo o diálogo e afastando os reais interessados do processo decisório. Atendendo os princípios neoliberais, transformando os alunos em números em um modelo de formação de mão de obra.
Para que possamos realmente implantar uma gestão democrática na escola, é preciso garantir a participação dos grupos internos e externos na gestão da escola, tornando os co-responsáveis pela preparo e aplicação de um projeto pedagógico, que prime pelo ensino público de qualidade. Neste novo papel o diretor deve se afastar do modelo de administração vertical e adotar uma administração horizontal, dando voz e vez a todos os atores do processo. Somente com estas mudanças poderemos almejar uma escola realmente democrática e aberta à comunidade e seus anseios.
Referências: PARO, V. H. Gestão Democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2001.

10 agosto 2010

Quanto custa um deputado Federal?

Quanto custa um deputado Federal? De quatro em quatro anos elegemos ou reelegemos 513 deputados federais para nos representarem em Brasília, mas quanto será que custa cada deputado? O salário de um deputado Federal é de R$ 16.512,00, e eles recebem 13º, 14º e 15º salário. Este salário é em média a renumeração paga a um gerente de uma grande empresa, considerando a importância do cargo de deputado até que seria justificável este ganho, mas o salário é somente uma parte destes custos. Cada deputado recebe R$ 60.000,00 mensais como “verba de gabinete” podendo pagar com esta verba até 25 assessores, além desta verba eles recebem uma “verba indenizatória” de R$ 15.000,00 para ser gasto com combustível, alugueis de salas e consultorias. Os deputados recebem ainda R$ 3.000,00 como auxilio moradia, apesar de terem direito a apartamentos funcionais, que geralmente são repassados a assessores ou familiares. Recebem também R$ 9.000,00 para usarem com passagens aéreas, mais R$ 4.000,00 para despesas com correios e contas telefônicas e R$ 1.000,00 para assinarem revistas e jornais. Para completar a farra, os deputados podem solicitar a câmara reembolso ilimitados com gastos em saúde, deles e seus familiares, em 2009 estes reembolsos foram em média de R$ 8.000,00 por deputado. E o grande detalhe é que o que não se gastar em um dos itens, a verba pode ser remanejado para outro. Bom, se os gastos acima fizessem que os deputados trabalhassem em favor da maioria do povo, ainda poderíamos aceitar estes custos em nome de uma isenção de nossos deputados perante as pressões de grupos econômicos. Mas infelizmente apesar destes custos, os nossos deputados vivem fora de sintonia com a vontade popular, como agora quando aprovaram o relatório favorável a reforma do código florestal, atendendo a vontade dos ruralistas e representantes do agronegócio. Várias organizações ligadas ao meio ambiente consideram um retrocesso o “novo” código florestal e alertam para o perigo que ele representa para os ecos sistemas brasileiros com a diminuição da área ciliar a ser preservada nos cursos d’água e com a diminuição da reserva legal, entre outras mudanças propostas que visam somente aumentar o lucro dos grandes latifundiários, sem se importar com o compromisso de preservação da natureza. Leia no site abaixo as críticas feitas pelo ambientalista brasileiro Aziz Nacib, ao novo código Florestal Brasileiro, que ainda precisa ser aprovado na Câmara e no Senado e sancionado pelo Presidente da Republica.
FONTE: ONG TRANSPARÊNCIA BRASIL

08 agosto 2010

FITA 2010

A  7ª Festa Internacional de Teatro de Angra acontecera em Angra dos Reis de 25 de Setembro a 17 de Outubro e promete manter o alto nível das edições anteriores, trazendo para Angra o que há de melhor no teatro atual. Entre as mais de 20 peças  já confirmadas, destacamos:
"Avenida Q" - com Marcillice Cosenza, Roberto Donadelli, Leandro Laçava e grande elenco.
"Hamelin"- com Vladimir Brischta e grande elenco.
"As Pontes de Madison" - com Marcos Caruso, Denise Del Vecchio.
"Sade em Sodoma"- com Guta Stresser e Tárik Puggina.
"Mordendo os lábios"- com Bianca Comparato, Ivan Mendes e grande elenco.
"Colapso"- com Osmar Prado, Ricardo Tozzi, Emanuelle Araújo e grande elenco.
"O incrível segredo da Mulher macaco"- com Rodrigo Fagundes que estréia nacionalmente na festa.
A FITA  é um programa imperdível, sendo uma oportunidade rara de se assistir a espetáculos adultos e infantis fora dos grandes centros, e ainda com preços populares. Os ingressos em breve estarão à venda na internet, pelo próprio site da festa, ou nos postos de vendas autorizados. Mas fiquem ligados os ingressos se esgotam num piscar de olhos, por isso acompanhe pelo site a programação e a venda de ingressos.

28 julho 2010

PESCARIA

Cesto de peixes no chão.
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.

Chora a espuma pela areia,

na maré cheia.

As mãos do mar vêm e vão,
as mãos do mar pela areia
onde os peixes estão.

As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.


Por isso chora, na areia,
a espuma da maré cheia.

Cecília Meireles


27 julho 2010

No tempo dos Coronéis.


Com certeza você já deve ter ouvido falar dos Coronéis, grandes fazendeiros que tinham grande poder político exercendo o "voto de cabresto", mas você sabe como surgiu este termo?
Durante o Império, foi criada a Guarda Nacional. Esta guarda não passava de milícias armadas, sob comando de um fazendeiro, que ganhava do Imperador uma patente de “Coronel”.
Esta foi a forma encontrada pelo império para fazer frente as rebeliões locais e confronto com escravos, que pipocavam por todo o território nacional. Após a extinção da Guarda Nacional, o hábito de chamar os fazendeiros de “Coronéis” continuou para demonstrar o poder de mando e domínio pessoal que estes latifundiários exerciam sobre os trabalhadores de sua propriedade. Durante a República Velha (1889-1930),também chamada de república dos coronéis, como o voto não era secreto o eleitor declarava Publicamente em quem estava votando, e devido o poder exercido pelos coronéis sobre a população todos sufragavam os candidatos por ele indicado, com medo das represarias que poderiam ser vitimas.
Além do voto de cabresto, os coronéis praticavam todos os tipos de fraudes para que seus candidatos fossem vitoriosos. Infelizmente em nossa época ainda podemos presenciar algumas práticas do coronelismo, como, por exemplo, a compra de votos.Por isso nesta eleição vote nos candidatos que realmente estejam compromissados com a melhoria da sociedade, e principalmente com a melhoria da educação pública.


19 julho 2010

Revisionismo Histórico

 Temos visto publicados em revistas e jornais de grande circulação, artigos sobre o revisionismo histórico onde relatam que historiadores estariam revendo e recontando nossa história. Infelizmente estes artigos na grande maioria das vezes pegam pequenos fatos isolados e que, fora do contexto geral, induzem os leitores a formarem uma opinião errônea sobre os fatos históricos levando a concluírem que aquilo seria uma regra e não uma exceção. Um dos fatos isolados que é muito citado pelos artigos como uma “nova verdade” é sobre a relação dos negros com a escravidão, onde narram que alguns negros tinham escravos, mas qual a relevância disto perante os quase três milhões de negros que foram trazidos para o Brasil?
Foram 400 anos de escravatura e com certeza alguns negros conseguiram se mover dentro da estrutura social alcançando posições de destaque e em tais situações iriam seguir o modo de vida reinante, mas devemos lembrar que estes eram casos raríssimos e que a grande maioria dos negros eram escravos e viviam em condições degradantes. O mesmo tom é apresentado sobre a relação dos índios com os brancos, expondo que alguns grupos teriam sido favorecidos e se integrado ao modo de vida trazida pelos europeus. As sociedades indígenas, apesar da visão branca de “serem todas iguais”, possuíam organização social, línguas e costumes diferentes entre si o que gerava conflito entre eles e cada grupo se aliava ao homem branco conforme sua conveniência, mas as grandes maiorias dos grupos indígenas resistiram aos colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Assim temos que deixar bem claro que, na grande maioria das vezes a convivência dos índios com os brancos foi imensamente prejudicial aos índios e que o principal responsável pelo extermínio das nações indígenas foi o homem branco e até hoje as comunidades indígenas sofrem as conseqüências de nossa colonização.
Os historiadores com certeza têm um compromisso com a verdade, levando a uma reinterpretação da história, mas os professores não devem esquecer que estes olhares revisionistas tirados dos contextos mais amplos, podem despertar ou mesmo servir de álibi para a manutenção das injustiças que ocorrem em nosso país. Como se essas “novas verdades” amenizassem as nossas responsabilidades perante as injustiças vividas pelos índios e negros em nosso país. Por isso é necessário que o professor tenha uma boa base teórica, caso queira enveredar por este caminho para evitarmos passar uma mensagem deturpada que contribua mais ainda para posturas negligentes perante o problema do racismo em nossa sociedade.
Aproveite para conhecer, no link abaixo, a aldeia Sapukai dos índios Guaranis em Angra dos Reis .

14 julho 2010

Agricultura transgênica – vantagem ou desvantagem?

Uma das discussões deste início de século no Brasil é a liberação ou não da agricultura transgênica em larga escala em nosso pais, apontada por muitos como a única solução para a fome mundial, e por outros como um grande perigo para a biodiversidade. O fato é que em vários países do mundo já se cultivam os transgênicos principalmente os grãos (soja e milho), e os mesmos estão presentes em vários produtos alimentícios comercializados atualmente, sendo que as maiorias dos países obrigam os produtos transgênicos e seus derivados a serem identificados quanto a sua origem. Mas o que seriam plantas transgênicas? São melhoramentos genéticos feitos nos organismos, em geral com objetivo de aumentar a produtividade e imunizar contra pragas. Os melhoramentos genéticos em espécies vegetais são feitos de duas maneiras: Sem transgênese, o vegetal de interesse é isolado sofre autopolinização, enxerto e tem acasalamento induzido, Com transgênese, existe a manipulação do gene de interesse, com aplicação de técnicas de fragmentação, replicação, recuperação do gene de interesse para o vegetal alvo.
O principal argumento a favor dos transgênicos seria a sua alta produtividade por área plantada, o que aumentaria a oferta de alimentos para a população, erradicando assim a fome no mundo. Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das nações unidas, à quantidade de alimento produzida hoje no mundo é suficiente para banir a fome do planeta uma vez e meia, mas um em cada sete habitantes do mundo passa fome mostrando que o problema da fome não é por falta de alimentos sim devido à desigualdade social. Outra crítica que é feita é que devido a esta propaganda sobre o “fim da fome” com os transgênicos, os governantes estariam relaxando em relação ao combate da desigualdade social, apostando todas suas fichas no milagre dos transgênicos. Os defensores dos transgênicos falam que na cultura de transgênicos o uso de inseticida é bem menor pois as plantas seriam mais resistentes aos insetos. Conforme relata Kimsky & Wrubel (1996) esta seria outra ilusão sobre os transgênicos, já que as culturas transgênicas seriam imunes a determinados insetos, mas aumentaria o ataque de outras espécies de insetos, e no final das contas se acabaria usando a mesma quantidade de inseticida que a cultura não transgênica. Existem também hipóteses que os transgênicos afetariam a biodiversidade, através da monocultura e substituição da vegetação nativa, os defensores dos transgênicos falam que estes prejuízos a biodiversidade ainda não estão mensurados e que não seriam maiores que os já causados pela agricultura comercial não transgênica, com vantagens para os transgênicos, pois produziriam mais grãos por hectares plantados.
Nos anos 70 tivemos a primeira revolução verde que causou desemprego no campo e a formação de grandes latifúndios, mas pelo menos houve um aumento da produção de alimentos, e a segunda revolução verde, capitaneada pelos transgênicos qual o seu verdadeiro interesse? Devemos lembrar que os transgênicos são frutos de pesquisas milionárias do setor privado, principalmente internacional, e estas empresas só visam lucro não tendo nenhum compromisso com o nosso desenvolvimento.
Cabe a população exigir que o governo estabeleça meios de controles e acompanhamentos destes produtos e também garantir a manutenção da nossa biodiversidade impondo regras sobre o uso destas plantas, e fomentando pesquisas nesta área para que não fiquemos nas mãos de empresas transnacionais tais como Syngenta, Bayer, Basf, Monsanto e Dow, que sozinhas possuem 74% das patentes das plantas transgênicas no mundo, formando assim um oligopólio que pode ser extremamente perigoso.

09 julho 2010

Qualidade, o desafio da Escola pública.

Novamente a divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação básica (IDEB) causam comoção e suscitam debates sobre a qualidade da educação púbica, o IDEB integra informações do gerenciamento escolar (aprovação, reprovação e evasão), dados do Censo Escolar da Educação Básica e os resultados da Prova Brasil, que é aplicada aos estudantes ao final de cada etapa da Educação Básica. A fórmula do resultado do IDEB é um pouco complexa, mas, basicamente, pode ser resumida assim: quanto menos tempo os alunos de uma escola levam para completar determinada etapa do ensino, e quanto mais altas são as notas deles na Prova Brasil, melhor será o IDEB dessa escola. A escala vai de zero a dez. Infelizmente os resultados do IDEB para a maioria das pessoas passaram a representar um “ranking” das melhores e piores escolas, desvirtuando assim os fins para que o mesmo foi criado. A professora da UnB, Benigna Vilas Boas faz uma colocação interessante sobre esta “utilização” do IDEB, “Parece que a mesma avaliação punitiva que por tanto tempo se aplicou ao estudante passou a ser aplicada também à escola”. Quem de nós nunca se sentiu prejudicado ou desmotivado após uma nota baixa? O mesmo ocorre com a escola, pois se originalmente a idéia era que o IDEB servisse como diagnóstico de problemas e planejamento de ações para correção deles, o IDEB tornou-se mais uma ferramenta de exclusão, pois as maiorias das escolas com “notas baixas” ficam nas comunidades mais prejudicadas socialmente, sem que isso na verdade represente que estas escolas trabalharam menos que as outras, mas servindo com certeza para desestimular toda a comunidade escolar e criando mais preconceito. Para complicar mais ainda os políticos, sempre eles, já notaram que uma cidade com boas notas no IDEB rendem dividendos políticos e brevemente teremos casos de municípios que “preparam” através de “cursinhos” os alunos de sua rede para fazerem bonito na Prova Brasil, contribuindo ainda mais para desvirtuar a finalidade do IDEB.
Todos sabem que em qualidade nossas escolas públicas ainda estão longe do ideal e que é necessário que haja ferramentas para mensurar esta “qualidade”, e apesar das críticas o IDEB é uma destas ferramentas, mas devemos nos lembrar que simples comparações podem não espelhar a realidade, podendo às vezes mais prejudicar que ajudar. Uma boa ferramenta avaliadora deve dar a escola subsídios para se atingir os objetivos traçados conjuntamente, escola e comunidade, e neste cenário o conhecimento dos problemas, é um primeiro passo para a correção dos mesmos, trabalhando assim com um panorama visando uma educação de qualidade, mas não centradas somente na ótica do “conteúdo” e sim em um processo mais humanista, para formação de uma sociedade mais justa, multicultural e igualitária.

Caso queria conhecer os índices da sua região acesse o link abaixo:

http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/

06 julho 2010

O ensino da História Africana

A copa disputada na África do Sul fez que o mundo voltasse os olhos para aquele continente, geralmente fora dos noticiários, e quando aparece é quase sempre negativamente. No Brasil, apesar da forte presença africana em nossa cultura a História deste continente é praticamente desconhecida por nós. Este quadro começa a mudar com a obrigatoriedade do ensino da História Africana em nossas escolas.
Mas porque ensinar a História da África em nossas escolas? Primeiramente não podemos entender a nossa história como nação sem entendermos as relações do Brasil com o continente africano. A África esta intrinsecamente ligada a nossa história, portanto conhecer a história da África é essencial para entendermos nossa história. Não devemos nos esquecer que a História da África esta profundamente ligada a História da humanidade, pois lá é que surgiram as primeiras formas conhecidas de homens e mulheres.
Outro motivo pelo qual devemos ensinar a História africana é para combater o racismo e elevar a auto-estima de nossos alunos, e para que isto ocorra o governo Federal tornou obrigatório o ensino da História da África em nossas escolas (Lei 10.639/03 e Resolução CNE nº 1, de 17 de Junho de 2004).
Durante séculos os Africanos foram espalhados compulsoriamente para diferentes partes do mundo, na maior diáspora que se tem notícia, e o tráfico de escravo foi o grande responsável por estes movimentos de migrações forçadas, e neste processo os africanos não levaram consigo somente sua força de trabalho, mas seus conhecimentos, suas tecnologias, suas visões do mundo, seus talentos e valores. Nas Américas, principalmente, podemos sentir a presença desta herança Africana, sejam nos costumes, na língua, na cultura, na história e na própria formação da identidade nacional.
Geralmente na escola não temos acesso a estes conhecimentos, que fazem parte da História Africana, pois a história que se conta geralmente é a do opressor e não a do oprimido, o desconhecimento sobre a cultura e a História dos Africanos e seus descendentes nas Américas, podem nos levar, muitas vezes a simplificar as explicações para um fenômeno tão complexo quando ao racismo entre nós, perpetuando a falácia da suposta democracia racial brasileira.
O racismo é um fenômeno que influi no modo de agir e se ver no mundo, julgando “raças” ou culturas como inferiores ou superiores. Apesar de não termos um racismo às “claras” como ocorrem em outros países, o Brasil possui um racismo dissimulado quase “envergonhado”, mas que é presente quando se faz necessário “manter o negro em seu lugar”. Quem já não presenciou ou foi vítima de uma cena de racismo explícita? Pelo conhecimento da História e seus processos de exclusão, é que poderemos trabalhar junto aos nossos alunos a questão do racismo desmistificando a nossa “democracia racial” mostrando, que na verdade, o sistema é excludente e perverso para com os afros descendentes e que este racismo não é “natural” ao ser humano, que podemos e devemos discutir esta questão com intuito de quebrarmos este círculo vicioso que exclui a maioria dos negros da economia e da vida política em nosso país.


Caso queira se aprofundar no assunto acesse o link abaixo:

Resolução CNE nº 1, de 17 de junho de 2004




02 julho 2010

“quem não se comunica, se trumbica”


Neste novo século a comunicação atingiu um patamar inimaginável, todos estão conectados de uma forma ou outra, e a grande causadora deste fenômeno é a internet. Quando foi criada nos anos 60 do século passado ninguém poderia prever até onde ela chegaria, e uns dos principais motivos que fizeram explodir o uso da internet no Brasil são as redes sociais, usadas para interagirmos uns com os outros. As mais conhecidas e usadas no Brasil são o Orkut, MSM, o facebook, Wikipédia, Blogger e mais recentemente o Twitter. Os usos destas redes sociais atingem todas as camadas sociais, independente de sexo, idade e cor.O uso da internet esta afetando profundamente o processo de percepção do mundo, e conseqüentemente da aprendizagem de alunos e professores, e as principais possibilidades de inovação na educação apontadas pelo uso das redes sociais são: A possibilidade de usar na educação um leque de novas tecnologias, criadas para serem usadas por todos, pois são fáceis de aprender, de operar, e ainda são gratuitas. A ampla possibilidade de comunicação utilizando inúmeros recursos audiovisuais (imagens,animações,filmes). A oportunidade de aprendizagem foi estendida a outros locais e momentos, deslocando a atividade educacional para outros espaços que não sejam somente ao ambiente escolar tradicional. Provocam nos alunos e professores a necessidade e o gosto pelo trabalho colaborativo e estimula a pesquisa, possibilita a distribuição de conteúdo autônomo através da publicação via web. Permite também que a escola, como estrutura física, ganhe visibilidade e personalidade com publicação de blogs, contando suas histórias, atividades e desafios, criando um canal de comunicação com a comunidade e até com outras escolas. A internet com seu caráter libertário assusta uma instituição como a escola, acostumada com o total controle sobre o processo educacional, mas é uma ferramenta poderosa e a escola não pode virar a costa para ela sob pena de perder o bonde da história e a possibilidades do uso da mesma são ilimitados cabendo somente aos docentes estarem preparadas para as mesmas. E como dizia o Chacrinha*:
“quem não se comunica, se trumbica”
*José Abelardo Barbosa de Medeiros, ou simplesmente Chacrinha, foi um dos apresentadores mais renomados da televisão brasileira.

29 junho 2010

Pequenas pistas para a formação de leitores

Nossas escolas são acusadas de não conseguirem formar leitores, pelo contrário elas formariam não-leitores, que após sair do sistema educacional não voltam a colocar os olhos sobre um livro. No ambiente escolar o ato de ler assume na maioria das vezes um sentido restrito onde o que importa não é o prazer lúdico do ler, mas as obrigações e cobranças na relação leitor/livro. Esta relação com os livros causa mais estragos que benefícios, pois os alunos/leitores tende a ligar o ato de ler as obrigações escolares em grande parte totalmente fora do contexto da obra apresentada, em um trabalho onde não se leva em consideração a pluralidade do ato de ler onde o leitor “lê” e lança olhares diversos sobre a obra em uma relação de troca entre leitor/livro.
A leitura na escola deve estar ligada ao prazer do ato em si, possibilitando ao aluno/leitor a criação de uma relação significativa e múltipla com os textos.
Daniel Pennac (1997) nos dá pistas de como podemos construir uma relação mais saudável entre o Aluno/leitor, o livro e a escola.

1-Ler não deve estar atrelado à obrigatoriedade, tarefa ou avaliação tradicional imposta pelo currículo ou professor.

2-O leitor deve ter o direito de escolher qual livro deseja ler, conforme seus anseios e interesses.

3-A leitura deve ser tratada pela escola como uma atividade em si, sem estar necessariamente atrelada a nenhuma outra atividade.

4-O leitor tem que ser estimulado a desenvolver o espírito crítico e criativo, pelo confronto de idéias sobre o livro e a compreensão dos significados atribuídos a obra.

5-Para o leitor o ato de ler deve estar revestido de prazer, e deve ser evitado impor regras a prática da leitura.

6-Levar o leitor ao contato com diferentes gêneros textuais, fornecendo ao leitor oportunidade de desenvolver maior competência na leitura.

Seguindo os conselhos de PENNAC poderemos criar em nossas escolas um ambiente favorável para a formação de leitores críticos com uma visão plural e contextualizada do mundo.


Referências: PENNAC, DANIEL. Como um romance (1997) – p.193

27 junho 2010

O deficiente e o mercado de trabalho

Um assunto que tem sido uma constante preocupação das pessoas envolvidas com a Educação Especial e principalmente das pessoas que sentem na própria pele os efeitos da discriminação e do preconceito é quanto ao mercado de trabalho para as pessoas com necessidades especiais. O  Decreto Nº 3.298 de 20/12/1999, que regulamenta a lei nº 7.853 de 24/10/1989 que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência na sociedade, obriga as empresas a oferecer oportunidades para os portadores de necessidades especiais, infelizmente somente as leis não foram suficientes para abrir o mercado de trabalho ao portador de necessidades especiais, é necessário que as empresas se disponham a viabilizar e programar ações que possibilitem a contratação de portadores de deficiências. Muitas empresas, principalmente na área de serviços, atendendo a um novo comportamento do consumidor estão tendo que adotar os princípios da Responsabilidade Social contratando portadores de deficiências, junto a isto o ministério do trabalho aumentou a fiscalização sobre as empresas, que só assim começam a se mover no sentido de atender a lei.
Segundo a FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) seus associados querem e precisam respeitar a lei, mas se ressentem da falta de orientação e informação para cumprir os aspectos legais relativos ao processo de inclusão de portadores de deficiência e apontam como maiores dificuldades para cumprirem as leis os seguintes aspectos:
• a ausência de mecanismos de ajustamento em relação à contratação;
• a inexistência de parâmetros quanto às funções que poderão ser exercidas de forma adequada pelos deficientes;
• a necessidade de adequações dos ambientes na empresa para movimentação dos deficientes;
• a ausência de conceitos mais flexíveis para o cumprimento e a contratação.
Verificaram-se também alguns aspectos restritivos que se somam às dificuldades das empresas e são pontos críticos no recrutamento e na seleção dos portadores de deficiência como:
• a baixa escolaridade;
• a pouca qualificação e inexperiência.

É interessante notar que as “dificuldades” apresentadas pelos empresários se traduzem na mesma cantilena usada contra todos os trabalhadores: baixa escolaridade, falta de experiência, etc. E as “soluções” apresentadas pelo empresariado passam geralmente pela flexibilização das leis trabalhistas, conquistadas a duras penas pela classe operária.
Como mostrado é claro que somente com a atuação da sociedade organizada as empresas começarão a trabalhar para vencer o preconceito, pois na verdade o grande entrave é o reconhecimento das “necessidades especial”, pois na maioria das vezes o deficiente não teve a oportunidade de se qualificar e logicamente talvez não seja tão eficiente como um trabalhador “normal”, pois se assim o fosse não precisaríamos de leis para inserimos esta pessoas no mercado de trabalho. Empregar deficientes não é um favor, é uma responsabilidade social e não pode estar amarrada a renuncias fiscais ou flexibilizações das leis, deve estar sim amparada no direito universal ao trabalho e os empregadores devem dar sua contribuição para uma sociedade mais justa.

22 junho 2010

18 junho 2010

José Saramago

Hoje a Literatura portuguesa e mundial perdeu um dos seus maiores expoentes, José Saramago, o escritor português faleceu as 12horas 30 minutos desta Sexta (18/06) aos 87 anos de idade em sua residência em Lazarote na Espanha.


"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais".


José Saramago

15 junho 2010

Waldkindergarten - Jardim de Infância na Floresta


Você já ouviu falar das waldkindergarten? Não? Trata-se da nova modalidade em educação Infantil adotada em alguns países Europeus, principalmente nos países escandinavos e na Alemanha. Nesta nova modalidade de educação as crianças são levadas para uma floresta, onde em uma “mesa” improvisada o professor aplica nas crianças o mesmo currículo das escolas tradicionais. Isto cinco vezes por semana com aulas que duram até 6 horas independentes das condições climáticas, inclusive com neve. As Waldkindergarten, literalmente jardim de infância na floresta, são freqüentadas por crianças de três a seis anos e suas metodologias se baseiam em estudos da Universidade de Freiburg (Suíça) que afirmam que crianças educadas nas florestas têm mais criatividade e concentração e são mais espertas, uma duvida é se a criança exposta ao mal tempo não adoeceria, vejamos a opinião de Mills Andrea, professora e mãe de uma criança matriculada em uma waldkindergarten alemã:

"Não existe essa coisa de mau tempo, apenas roupas ruins. Apesar do medo dos pais de que as exposições ao mau tempo adoeçam as crianças, a nossa experiência foi que as crianças - inclusive o meu filho - que regularmente passaram um tempo ao ar livre (devidamente equipados) ficaram mais saudáveis do que aqueles mantidos em ambientes fechados, apesar das temperaturas no inverno com média em torno de zero”.

Outras vantagens apresentadas seriam que as crianças desafiariam o seus limites e estariam em contato com a natureza, e os professores juram que os aluninhos adoram, além de fazerem exercícios físicos já que as crianças caminhariam até dois quilômetros para chegar a “escola” (floresta), além da aprendizagem convencional em um ambiente ao ar livre. Segundo Schaffer, professor de uma waldkindergarten alemã:

"Nós descobrimos que é possível estabelecer um equilíbrio entre o aprendizado acadêmico e o (aprendizado) baseado na natureza".

Logicamente uma escola montada nestes moldes, que se convencionou a chamar de “escola-natureza”, exige do profissional algumas condições especiais, como listadas abaixo:
-Vários anos de experiência profissional.
-Gostar de contato com a natureza.
-Ter conhecimentos sólidos em primeiros socorros.
-Ter condições físicas para suportar condições meteorológicas extremas.
-Vontade de experimentar novas formas de ensinar.
-Ser flexível, estar preparado para alterações do programa.
-Conhecer sobre os perigos da floresta, tais como plantas e animais venenosos.
-Querer trabalhar em equipe.

Outra preocupação é com a escolha da floresta onde se irão desenvolver as atividades, tendo sempre em mente a segurança das crianças, que deverão preencher os requisitos abaixo:
-Curta distância entre a escola e a floresta.
-Ampla faixa de floresta com árvores diferentes (espécies, tamanhos)
-Possibilidade de montar uma pequena estrutura, mesa, barraca, etc.
-Possibilidade de criação de uma pequena fogueira.
-Obstáculos para subir (árvores mortas, barrancos, etc.)
-Acesso a água.

Pesquisando na internet as fotos das “waldkindergarten” que achei mostram “florestas” de primeiro mundo, limpinhas, com arvores coníferas e com o chão com uma relva que parece até que foi aparada... O difícil deve ser convencer as crianças a irem à escola no inverno, já que nestes países a temperatura chega abaixo de zero praticamente o inverno todo.

14 junho 2010

Touradas em Sevilha

Em época de copa do mundo é praticamente impossível ficar alienado a alegria que contagia as pessoas, principalmente a nos brasileiros. Cada copa é um acontecimento especial, e a que mais me marcou foi a copa de 1982 na Espanha, que apesar de termos um ótimo time com: Zico, Falcão, Junior e companhia, fomos derrotados no futebol. Mas demos um banho em civilidade aos espanhóis. Nesta copa, o grupo do Brasil na primeira fase jogava na cidade de Sevilha, quarta maior cidade da Espanha.
Sevilha é uma cidade onde as Touradas possuem um lugar de honra entre os habitantes. Conta-se que durante a copa, a torcida brasileira, cumprindo um ritual comum a todos os turistas que visitam a capital da Andaluzia, lotoram a "La Maestranza" conhecida praça de touros da cidade, onde para desespero e indignação dos espanhóis a torcida canarinho torcia fervorosamente contra o toureiro, que cada vez que fazia algum movimento era efusivamente vaiado e xingado. Ao touro cabia todas as honras, ele era incentivado a acertar o toureiro e recebia todas as palmas da torcida brasileira, maioria absoluta na praça. Neste dia estavam programados várias touradas que após a “recepção” da torcida brasileira os toureiros se recusaram a continuar toureando perante aqueles “bárbaros de camisas amarelas”, nesta tarde e pelo resto da copa, a vida de alguns touros foram poupadas, já que durante a copa as touradas foram suspensas pela primeira vez em quase duzentos anos! Foi assim que pelos menos em uma tarde, os brasileiros mostraram que não ficam incensiveis a brutalidade do ser humano contra os animais, só nos falta esta atitude perante os Rodeios. Esta história ganhou uma cronica imortal do saudoso jornalista Sandro Moreira publicada no Jornal do Brasil.

12 junho 2010

Diga não a matança das baleias


Este ano faz 24 anos que a Comissão Baleeira Internacional (CBI), órgão ligado a ONU, instituiu a moratória a caça as baleias. Infelizmente três países: Noruega, Islândia e Japão teimam em não reconhecer a lei e continuam a promover a matança das baleias que são processadas dentro de navios - fabricas, onde em menos de duas horas uma baleia é transformada em toneladas de carne e barris de óleo e outros produtos, em todas as reuniões do CBI estes três países tentam revogar a lei, pedindo “cotas” e autorizações para caçadas com fins de “estudos científicos”.
Esta caçada desenfreada é o principal fator que coloca em risco de extinção estes mamíferos, já que a fêmea só tem um filhote por vez a cada três anos. A caça a baleia sempre fez parte da história do homem há registro rupestres desta atividade a pelo menos 8.000 mil anos, mas com o desenvolvimento tecnológico do século XX, esta atividade começou a trabalhar em ritmo de linha de produção colocando em desequilíbrio a população de baleias, pois se caçavam mais baleias do que elas conseguiam se reproduzir.
Calcula-se que no século XX tenham sidos caçados mais de dois milhões de exemplares destes animais, o ano de 1961 é considerado um ano trágico para as baleias, pois foram mortos 70.000 animais. Dentro desta circunstancia só havia o caminho da proibição para tentar estancar esta barbárie.
Das 13 espécies de baleias existentes nos oceanos, quatro espécies, a Azul, a Cinza, A Franca do Norte e a Cabeça Redonda, por terem alto valor econômico são as que sofrem maiores pressões  sobre suas populações. Porém, as outras noves também estão na lista de espécies com sério riscos de extinção. A população atual destas quatros espécies são estimadas em 400 a 1200 exemplares da Baleia Azul, 26.000 exemplares da baleia Cinza, 400 exemplares da Franca do norte e 8.000 exemplares da baleia Cabeça Redonda.
A baleia Azul é o maior animal sobre a terra podendo atingir mais de 30 metros e pesar mais de 130 toneladas, e por sua alta produtividade em carne e óleos é uma das mais caçadas, ela habita a Antártida, o Atlântico Norte e o Norte do Pacifico, A baleia Cinza foi exterminadas nos mares e hoje são praticamente restritas a Costa oeste do Canadá e do Estados unidos, A baleia Franca do Norte habita a costa Atlântica do Canadá e por serem dóceis e vagarosas são presas fáceis dos caçadores inescrupulosos, já as baleias Cabeça- Redondas podem atingir 18 metros e cem toneladas e habitam o Ártico.
Várias são as entidades que brigam pela proteção das baleias, e o Sea Shepherd, é o mais ativo e usando de meios radicais em verdadeiras operações de guerra contra navios baleeiros, tenta conter esta selvageria mesmo que para isso seja necessário se expor ao perigo.
Para conhecer mais esta entidade, acesse o site.
http://seashepherd.org.br/

10 junho 2010