25 novembro 2010

Os Livros e seus destinos

Na semana passada, chegou as minhas mãos um exemplar do livro
“Quadribol através dos Séculos” de J.K. Rowling, autora da saga Harry Porter. O livro, que trata do esporte fictício praticados pelos Bruxos, teve sua renda revertida para a organização humanitária Comic Relief que trabalha contra a fome e a miséria, principalmente na África. No prefácio do livro uma frase me chamou a atenção, o grifo é meu:
“... Madame Prince, nossa bibliotecária, me informa que o livro é manuseado, babado e de um modo geral maltratado diariamente, o que é um enorme elogio para qualquer livro.”
Que grande verdade, um livro na estante enfeitando a sala ou uma biblioteca, sem uma orelha, sem um vinco, sem uma marca de dedo não é um livro, é um objeto de decoração e às vezes decoração de nossa própria vaidade. Os livros desejam e precisam ser manuseados, marcados, grifados, passados de mãos em mãos, conterem anotações, abandonados e retomados, passados a frente,irem parar em um sebo, lidos, relidos, amados, odiados, doados, trocados, emprestados (geralmente para nunca mais voltarem), e se tudo isto decretar a “morte” de um livro, ele pode “descansar” em paz, pois terá cumprido o seu papel de nos emocionar em cada página lida, e com certeza seus “irmãos” que reluzem nas prateleiras como troféus sem nunca serem tocados, o invejarão.
Citação: ROWLING, J.K . Quadribol através dos séculos, Rocco, 2001
Para conhecer a organização COMIC RELIEF acesse o site abaixo (em Inglês)

19 novembro 2010

Zumbi dos Palmares

Neste Sábado 20 de Novembro, o movimento negro reverência aquele que talvez seja o seu maior herói: Zumbi dos Palmares. Neste dia em 1695 morreu Zumbi, o ultimo líder do Quilombo de Palmares em Alagoas. Símbolo da resistência negra contra a escravidão, criado por padres, aos 15 anos foge para Palmares onde vira líder militar do Quilombo que era governado por seu tio Ganga Zumba. Após o assassinato do tio, Zumbi assume o governo do Quilombo e lidera a luta contra os portugueses, que dura 14 anos, até ser morto por traição em uma emboscada. O movimento negro adotou a dia 20 de Novembro como dia da consciência negra, que é comemorado no País inteiro.   Abaixo a parte VI do poema de Castro Alves, Navio Negreiro.
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 
Click aqui e veja o Poema Navio Negreiro na integra

13 novembro 2010

EJA e a inclusão social.

Estudos mostram que no Brasil alunos pobres e alunos negros (situação que na grande maioria das vezes caminham, infelizmente, juntas) são levados a abandonar a escola prematuramente, e não por acaso a taxa de analfabetismo é dez vezes maior entre as famílias de baixa renda (até um salário mínimo) se comparada à famílias com renda acima de dez salários mínimos. E uma das conseqüências disto é que a taxa de analfabetismo entre negros e pardos é duas vezes maior que a encontrada entre brancos. Vários são os fatores que contribuem para o quadro citado acima, e o principal efeito desta situação e a imobilidade social causada pelo analfabetismo e baixa escolaridade das classes menos favorecidas e se houveram avanços nestes últimos anos, estes avanços não estão ocorrendo na velocidade desejada.
Existe uma urgência de iniciativas por parte do poder público e da sociedade, no sentido de promover a alfabetização de cerca de 17 milhões de brasileiros e a continuidade da escolarização de cerca de 30 milhões de homens e mulheres, jovens e adultos, que se encontram na categoria de analfabetos funcionais. Pois o analfabetismo e a baixa escolaridade deste segmento da população são os principais empecilhos para os mesmos possam alcançar melhores salários no mercado de trabalho e ascender socialmente, quebrando o círculo vicioso da pobreza.Quanto a esta realidade, estudos realizados pelos economistas Fernando Velloso e Sergio Ferreira, publicados pelo Jornal do Brasil em 2004, mas que infelizmente continuam atuais, mostram que são muito pequenas as chances das classes populares romperem este paradigma:
(...) Quanto menor o salário de um trabalhador, maior a chance de adulto, seu filho limitar-se a um contracheque do mesmo tamanho. Herdeiro de quem ganha até R$ 246 por mês tem 35% de possibilidade de continuar na mesma faixa de renda e apenas 7% de conseguir ganhar mais de R$ 1.383 (p. 17).
Uma das principais soluções para alfabetizar e proporcionar a continuidade da escolaridade das camadas populares e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA é destinada ás pessoas que por um motivo ou outro não seguiram o ensino regular na idade apropriada, esta modalidade educacional pode ser oferecida no espaço formal (escola), no ambiente de trabalho e nos movimentos sociais (sindicatos, associações de moradores, Igrejas, assentamentos rurais, etc).Conforme o parecer 11/2000 do Conselho Nacional de Educação, emitido pelo professor Jamil Cury, a EJA tem a função reparadora:
“Desse modo, a função reparadora da EJA, no limite, significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade mas também o reconhecimento daquela dignidade *ontológico de todo e qualquer ser humano” (BRASIL, MEC, 2000, p. 6).
A implantação do EJA, com qualidade tanto no ensino fundamental como médio, pode e deve ser visto como uma possibilidade de reparação de uma injustiça para com as classes menos favorecidas. Além do mais, e talvez o mais importante, leitura, escrita e educação formal são elementos indispensáveis para a plena cidadania, fazendo parte dos direitos de todo cidadãos.
*ONTOLÓGICO Vem de ontologia, parte da Metafísica que estuda o ser em geral e suas propriedades transcendentais.

09 novembro 2010

A Menina que odiava livros – Manjusha Pawagi

Uma boa dica de leitura para a criançada é o livro “A Menina que odiava livros”, escrito por Manjusha Pawagi que nasceu na Índia, mas foi criada no Canadá. O livro já foi publicado em diversos países e foi transformado em um desenho animado. O livro conta a história de uma garota, Meena, que não suportava livros, mas que não conseguia ficar longe dos mesmos já que na sua casa eles estavam em todas as partes: nas gavetas, nos armários, nas mesas, nas cadeiras, nos guarda-roupas, enfim em todos os lugares da casa, inclusive no banheiro! Os pais da menina adoravam livros e ela odiava todos eles. Um dia Max, o gato de estimação da garota derruba uma pilha de livros infantis e das páginas abertas começam a emergir os personagens destas obras que causam uma grande confusão, levando a garota a viajar no incrível mundo da literatura.
O livro é a primeira obra da escritora, que é formada em direito e atua em uma ONG de proteção a crianças em Toronto, no Canadá. Em vários países este livro é recomendado para incentivar leitura nos primeiros anos do ensino fundamental.
O livro “A Menina que odiava livros” já foi traduzido para 11 idiomas, inclusive o português, e com certeza é um livro que agrada as crianças e também aos adultos.