30 abril 2011

Eu gosto de ler gostando

Eu gosto de ler gostando,
gozando a poesia,
como se ela fosse
uma boa camarada,
dessas que beijam a gente
gostando de ser beijada.

Eu gosto de ler gostando
gozando assim o poema,
como se ele fosse
boca de mulher pura
simples boa libertada
boca de mulher que pensa...
dessas que a gente gosta
gostando de ser gostada
.

 Solano Trindade Poeta do Povo  (1908 – 1974)

21 abril 2011

Todo dia é dia de índio

Na construção de uma escola e de uma sociedade verdadeiramente multicultural não podemos deixar de levantarmos a questão da história indígena que tradicionalmente ficam fora da escola, e quando aparecem geralmente mostram os indígenas com estereótipos negativos herdados de nossa colonização. Nas escolas quando existem propostas curriculares que abordam as comunidades indígenas quase sempre se dão no contexto da colonização, como se o indígena não tivesse cultura e história antes da chegada dos europeus.
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Cariri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajás.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.
(Antônio Nóbrega e Wilson Freire, do CD Pernambuco falando para o mundo, 1998)
O refrão da música Chegança mostra uma pequena parte da diversidade de povos que aqui habitavam, e quando reduzimos todos a “índios”, sem uma devida reflexão, negamos a estes povos uma identidade cultural diversificada, reduzindo tudo a uma homogeneização cultural. Além do que a palavra índio vem carregada de 500 anos de colonização e preconceitos, por isso ao usarmos a designação “índio” devemos sempre nos atentar que ela partiu do colonizador para os colonizados e tem embutida outros significados, tais como: selvagens, preguiçosos, incivilizados, é contra esta carga de preconceito que devemos trabalhar na sociedade e em sala de aula.
“A América não estava aqui à espera de Colombo, assim como o Brasil não estava aqui à espera de Cabral. Não são “descobertas” ou, como se dizia no século XVI, “achamentos”. São invenções históricas e construções culturais” (CHAUÍ, 2000, p. 57).
Reconhecer a importância da cultural  indígena e suas contribuições para a construção da nação brasileira é o primeiro passo para nos afastarmos dos preconceitos que a colonização nos deixou como herança em relação a estes povos, e o ensino da História indígena em sala de aula é fundamental para acabarmos com estes preconceitos, colaborando assim para construção de uma sociedade plural, na qual a diversidade é valorizada e respeitada.
Valorização dos povos indígenas não vai apagar da história o genocídio que marca a colonização de nosso país, mas com certeza pode promover a auto-estima dos remanescentes destas populações e promover o reconhecimento, para além da lei, dos direitos dos povos indígenas.
Fonte CHAUÍ,Marilena - BRASIL Mito fundador e sociedade autoritária - 2000

02 abril 2011

Noticias da FLIP 2011

A Festa Literária Internacional de Paraty em 2011, ira homenagear o poeta modernista, escritor, ensaísta e dramaturgo Oswald de Andrade dono de uma vasta obra, cuja mais conhecida é o “Manifesto Antropófago” marco do modernismo tupiniquim. Após dois anos de debates mais acadêmicos, a FLIP deste ano dará espaço a ficção, entre os convidados já confirmados estarão Michel Houellebecq, contraditório autor Francês, autor do aclamado livro “Partículas Elementares”, e aproveitando a festa o autor lançará no Brasil o seu livro “O Mapa e O Território”.
Entre as presenças já confirmadas teremos a do romancista Norte americano, James Ellroy autor de “Dália Negra” e "Los Angeles – cidade proibida” ambos adaptados para a sétima arte, O autor terá a companhia do seu compatriota, David Reminick, autor do livro “Dentro da Floresta”. Outro que se fará presente é o escritor Italiano Antonio Tabucchi, entusiasta da obra de Fernando Pessoa, ele escreveu sobre o poeta vários ensaios e o livro “Os três últimos dias de Fernando Pessoa”. Outra presença confirmada e a do cineasta Francês Claude Lanzmann autor do documentário "Shoah", sobre o holocausto contra os judeus na segunda guerra mundial. Para os fãs dos quadrinhos, a FLIP terá a presença de Joe Sacco, autor da consagrada graphic novel: “Palestina: Na faixa de gaza e Área de Segurança”.
Outros convidados que já confirmaram presença são: Emmanuel Carrére, escritor Francês com diversos livros lançados no Brasil, o Argentino Andrés Neuman escritor e poeta consagrado da língua espanhola, o escritor Luso-angolano Valter Hugo Mãe e a escritora Argentina Pola Oloixarc.
Entre os autores brasileiros esta confirmada a presença do escritor Baiano João Ubaldo Ribeiro, que dispensa apresentação e é garantia certa de boa prosa nas mesas literárias.
A FLIP ocorrera entre 06 a 10 de Julho, na cidade de Paraty no litoral sul Fluminense.
Acompanhem no site do evento as novidades.
http://www.flip.org.br/
*Programação sujeita a mudanças.