26 fevereiro 2012

Combatendo o preconceito – Escola Inclusiva


O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa define preconceito como conceito antecipado e sem fundamento razoável; opinião formada sem ponderação; superstição; convencionalismo.

       O preconceito é tão velho quanto a humanidade e, por essa razão é, tão difícil de ser erradicado. Qualquer grupo social pode ser alvo do preconceito. Ele é constituído por três elementos: primeiro, sua base cognitiva – os estereótipos; segundo, seu componente afetivo – os sentimentos negativos em relação a um grupo; e o terceiro componente é o comportamental – as ações e atitudes.
O psicólogo norte americano Gordon Allport, ficou mundialmente conhecido por seus estudos sobre a teoria da personalidade e defendia que o melhor jeito de se combater o preconceito era através do contato entre os diferentes. Allport definiu o preconceito como uma atitude negativa em relação a um grupo, uma atitude hostil contra um indivíduo ou grupo, simplesmente porque ele pertenceria a um grupo socialmente prejudicado, e pregava o caráter tolerante como contrário ao preconceito.Já a escritora Húngara Agnes Heller alega que o preconceito é um produto das classes dominantes, pois essas classes desejam manter a coesão de uma estrutura que as beneficia, impedindo assim que os indivíduos/grupos vítimas de preconceito vejam suas alternativas de ascensão reduzidas.
Na visão de Heller os homens são responsáveis por seus preconceitos e que quando optamos pelo preconceito estamos optando pelo caminho mais fácil, e para se libertar do preconceito o ser humano deve correr riscos, e não se prender ao censo comum, ao conhecido, é preciso correr o risco de errar, de pensarmos individualmente, de reconquistarmos a liberdade de escolha, de abandonarmos a tranquilidade do coletivo.
Mesmo com posições divergentes ambos pensadores convergem em uma ideia: são necessárias ações para se combater o preconceito. No campo educacional uma das ações adotadas contra o preconceito em relação as pessoas com deficiência chama-se: escola inclusiva, nesta perspectiva a educação inclusiva perpassa todos os níveis de ensino e visa garantir a todos, sem exceção, o acesso aos conteúdos básicos, o direito a uma vida digna e o pleno exercício da cidadania. Mas o que torna uma escola inclusiva? Vejamos o que diz o MEC.
“A escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica.”
Programa Educação Inclusiva, Volume3 –p8 – MEC – Brasília, 2004

A educação inclusiva reconhece e valoriza as características individuais no processo de construção do conhecimento de cada aluno. Esta concepção enfatiza as possibilidades de desenvolvimento acadêmico e sucesso escolar, combatendo os estigmas e preconceitos promovendo a inclusão de todos no mundo acadêmico e social. Sobre inclusão a educadora MANTOAN (1997) nos diz:
“[...] inclusão questiona não somente as políticas e a organização da Educação Especial e regular, mas também o conceito de integração – mainstreaming. A noção de inclusão não é incompatível com a de integração, porém institui a inserção de uma forma mais radical,completa e sistemática”
Com a escola inclusiva todos ganham. As crianças percebem como é importante respeitar e observar as necessidades do outro. As crianças crescem e se transformam trabalhando as diferenças, trabalho que ajuda na construção de um mundo apto a acolher o outro como outro, um mundo de homens capazes de deixar que o outro seja diferente de mim tal como sou diferente do outro.
Fontes: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/experienciaseducacionaisinclusivas.pdf
HERCULANO, Claudia Vieira de Castro, Tópicos em Educação Especial – Volume2, CEDERJ – RJ


MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.