24 maio 2010

MEC vai recomendar o fim da reprovação.

Conforme noticiou o Jornal O Globo, na sua edição do dia 23/05/2010, O MEC, através do Conselho Nacional de Educação (CNE) irá recomendar “fortemente” o fim da reprovação nas séries iniciais do ensino fundamental. Um dos principais motivos para esta recomendação é reduzir a evasão escolar nos primeiros anos da educação fundamental. Se a resolução for homologada pelo ministro Fernando Haddad entrará em vigor em 2011. Como quase tudo que se refere à educação não existe um consenso sobre a proposta, uns a consideram temerária já que não ataca a questão da “qualidade do ensino”, já os favoráveis à resolução dizem que a reprovação é o maior motivo da evasão escolar.
Para as pessoas em geral o termo “aprovação automática” vem carregado de uma simbologia que transparece uma valorização da lei do menor esforço. Acredito que a grande confusão esta no entendimento que a aprovação automática seria um mecanismo que o aluno vai sendo promovido independente de ser submetido a um processo de avaliação. Mas na verdade nada é mais enganador que essa percepção, acho que faltam esclarecimentos para a comunidade escolar e para a sociedade de que forma ocorre essa progressão continuada, pois como toda criança é capaz de aprender desde que lhe sejam dadas às condições, a progressão continuada pressupõem avaliar a criança em um processo continuo possibilitando a recuperação contínua e possibilita a adoção de novas estratégias pedagógicas, favorecendo assim a correção das práticas educacionais. Logicamente seria uma mudança muito grande na forma de “dar aula” e avaliar, por isso a progressão automática enfrenta resistência dentro e fora da escola.
Outra questão é que a divisão em séries, vigente na maioria das escolas, não seria a mais adequada para se trabalhar a progressão continuada, que teria melhores resultados com uma organização em ciclos. Agora quanto à qualidade do ensino, se seguirmos pela linha de raciocínio que poder aprovar ou reprovar o aluno seria parâmetro de qualidade, acredito que já deveríamos ter um ensino publico de excelência, já que este sistema perdura no pais a pelo menos um século. A reprovação nas séries iniciais, principalmente nas classes menos favorecidas, levam os pais a tirarem as crianças da escola achando que os filhos “não dão prá esse negócio de estudar”, contribuindo assim a escola para um sistema que pune e exclui os menos favorecidos.

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