29 junho 2010

Pequenas pistas para a formação de leitores

Nossas escolas são acusadas de não conseguirem formar leitores, pelo contrário elas formariam não-leitores, que após sair do sistema educacional não voltam a colocar os olhos sobre um livro. No ambiente escolar o ato de ler assume na maioria das vezes um sentido restrito onde o que importa não é o prazer lúdico do ler, mas as obrigações e cobranças na relação leitor/livro. Esta relação com os livros causa mais estragos que benefícios, pois os alunos/leitores tende a ligar o ato de ler as obrigações escolares em grande parte totalmente fora do contexto da obra apresentada, em um trabalho onde não se leva em consideração a pluralidade do ato de ler onde o leitor “lê” e lança olhares diversos sobre a obra em uma relação de troca entre leitor/livro.
A leitura na escola deve estar ligada ao prazer do ato em si, possibilitando ao aluno/leitor a criação de uma relação significativa e múltipla com os textos.
Daniel Pennac (1997) nos dá pistas de como podemos construir uma relação mais saudável entre o Aluno/leitor, o livro e a escola.

1-Ler não deve estar atrelado à obrigatoriedade, tarefa ou avaliação tradicional imposta pelo currículo ou professor.

2-O leitor deve ter o direito de escolher qual livro deseja ler, conforme seus anseios e interesses.

3-A leitura deve ser tratada pela escola como uma atividade em si, sem estar necessariamente atrelada a nenhuma outra atividade.

4-O leitor tem que ser estimulado a desenvolver o espírito crítico e criativo, pelo confronto de idéias sobre o livro e a compreensão dos significados atribuídos a obra.

5-Para o leitor o ato de ler deve estar revestido de prazer, e deve ser evitado impor regras a prática da leitura.

6-Levar o leitor ao contato com diferentes gêneros textuais, fornecendo ao leitor oportunidade de desenvolver maior competência na leitura.

Seguindo os conselhos de PENNAC poderemos criar em nossas escolas um ambiente favorável para a formação de leitores críticos com uma visão plural e contextualizada do mundo.


Referências: PENNAC, DANIEL. Como um romance (1997) – p.193

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